A Polícia Civil do Paraná e do Rio Grande do Sul segue investigando o assassinato da modelo e influenciadora baiana Raíssa Suelen Ferreira da Silva, de 23 anos. O principal suspeito e autor confesso do crime é o humorista Marcelo Alves, que admitiu ter matado a jovem por enforcamento após ela rejeitar suas investidas amorosas.
O caso teve início no dia 2 de junho de 2025, quando Raíssa desapareceu em Curitiba, onde morava há cerca de três anos. Natural da Bahia, a jovem, que foi eleita Miss Serra Branca Teen, havia se mudado para o Paraná em busca de oportunidades profissionais e havia iniciado recentemente um curso superior de estética.
Segundo a Polícia Civil do Paraná (PCPR), Marcelo atraiu Raíssa com a promessa de uma vaga de emprego em São Paulo. No entanto, após convencê-la a viajar sob essa justificativa, ele revelou que a proposta era falsa e que, na verdade, tinha a intenção de se declarar para a jovem. Ainda de acordo com o depoimento de Marcelo, Raíssa teria reagido de forma negativa ao descobrir a verdade, o que culminou na discussão e, posteriormente, no assassinato.
Após o crime, Marcelo teria enrolado o corpo da vítima em um plástico e o transportado até a cidade de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, onde o escondeu. O corpo de Raíssa só foi localizado no dia 9 de junho, uma semana após seu desaparecimento, após Marcelo confessar o assassinato e indicar o local exato.
Durante as investigações, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, responsável por uma parte da perícia digital, encontrou um novo elemento relevante no caso: um áudio enviado por Marcelo à vítima após o assassinato. A gravação foi recuperada do computador do suspeito e demonstra uma tentativa de criar um álibi. Na mensagem, Marcelo finge preocupação com o paradeiro de Raíssa, como se não soubesse o que havia ocorrido, numa tentativa de despistar os investigadores.
Raíssa era conhecida por sua atuação como modelo e influenciadora digital, produzindo conteúdo sobre beleza e estética. Sua morte causou grande comoção nas redes sociais e em sua cidade natal na Bahia. Familiares e amigos mobilizaram campanhas online para pedir ajuda na busca por informações e também arrecadar recursos para o traslado do corpo e cerimônias fúnebres.
Segundo relatos da família, Marcelo era conhecido de longa data e possuía proximidade com os pais de Raíssa. Essa relação de confiança pode ter contribuído para que a jovem aceitasse o encontro sem suspeitas.
A Polícia Civil do Paraná prossegue com as diligências complementares para o encerramento do inquérito. Apesar da confissão do suspeito e da localização do corpo, os investigadores continuam reunindo provas e apurando todos os elementos do caso, incluindo a possível premeditação do crime.
Até o momento, Marcelo Alves está preso e deve responder por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe e ocultação de cadáver. O caso também levanta discussões sobre feminicídio e o uso de falsas promessas como meio de atrair vítimas, prática que, segundo especialistas, tem se tornado mais comum em crimes de violência contra mulheres.
O assassinato de Raíssa Suelen Ferreira da Silva segue gerando repercussão nacional e mobilizando debates sobre segurança, violência de gênero e os cuidados em interações interpessoais, mesmo quando envolvem pessoas próximas ou conhecidas da família.
O caso de Raíssa Suelen destaca a gravidade da violência motivada por rejeição, um traço recorrente em crimes classificados como feminicídio. A manipulação emocional, o uso de mentiras como forma de atrair a vítima e a tentativa de construir um álibi falso evidenciam um crime premeditado e cruel. Especialistas alertam para a importância de reconhecer os sinais de relações abusivas, mesmo quando disfarçadas sob laços de amizade ou confiança familiar.
Além do impacto direto à família e à comunidade da vítima, o crime gerou ampla mobilização nas redes sociais, onde internautas e ativistas cobram justiça e reforçam a necessidade de políticas públicas mais eficazes no combate à violência de gênero. O caso também reforça a importância de denúncias e investigações rápidas diante de desaparecimentos, especialmente quando há histórico de aproximação suspeita por parte de conhecidos.
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