Homem que só passou 6 anos da vida adulta fora da cadeia tenta fugir após ser pego com remédios falsos

(Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Um dos principais alvos de uma operação da Polícia Civil em Curitiba, Ruciel Jesus Cazone Filho, de 41 anos, tentou escapar da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Decrisa) nesta terça-feira (26). Ele havia sido preso poucas horas antes, acusado de chefiar uma associação criminosa especializada em comercializar cigarros eletrônicos e medicamentos sem registro da Anvisa.

Mesmo algemado a uma cadeira, Ruciel conseguiu danificar o dispositivo e tentou fugir antes de ser ouvido pela delegada responsável. O episódio revelou mais uma vez o perfil do suspeito: um homem com histórico marcado por fugas e crimes de alta gravidade. Dos últimos 23 anos, 17 ele passou atrás das grades. Traficante, ladrão, receptador, participante de tentativas de homicídio e autor de ameaças contra agentes penitenciários, ele já escapou da prisão duas vezes.

As investigações apontam que, além de liderar o grupo, Ruciel usava artifícios para enganar a Justiça. Ele fornecia endereços falsos à Vara de Execução Penal (VEP) e foi flagrado circulando em São Paulo no dia de sua prisão, embora dissesse viver em Curitiba. A polícia encontrou com ele até comprovantes de pedágio emitidos em Barueri (SP).

Durante a operação, dois comparsas também foram detidos: Brandon William Dutra e Lucas Vinícius Batista Ribas. Eles foram localizados no bairro Pinheirinho, onde os policiais apreenderam 820 cigarros eletrônicos avaliados em cerca de R$ 70 mil, anabolizantes, munições de calibres .635 e .38, máquinas de cartão e documentos ligados ao líder da quadrilha.

Entre os produtos comercializados ilegalmente pelo grupo estavam toxina botulínica, canetas emagrecedoras, enzimas injetáveis, semaglutida (Ozempic), sibutramina e até lipostabil — substância proibida pela Anvisa. Parte dos itens estava vencida e ainda assim era vendida por valores que chegavam a R$ 5 mil.

A Polícia Civil informou que os três responderão por associação criminosa armada, falsificação de medicamentos, receptação e posse de munição de uso permitido. Os investigadores ainda apuram o envolvimento de uma quarta pessoa no esquema.

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