“Ele ia me matar”: mulher que incendiou carros do ex rompe o silêncio e revela histórico de abusos

(Foto: Freepik)

O incêndio que tomou conta de dois carros no bairro Guabirotuba, em Curitiba, na manhã de sábado (29), ganhou as redes como uma cena explosiva de fúria. Mas por trás das chamas que viralizaram, há uma história marcada por dor, silenciamento e desespero.

Suellen Cristina Cordeiro Badui, a mulher que ateou fogo nos veículos do então companheiro, quebrou o silêncio e deu sua versão do que a levou ao limite.

Ao lado de seu advogado, Suellen contou que os últimos três anos foram um ciclo contínuo de violência — física, psicológica e até patrimonial. Segundo ela, o homem que hoje se diz vítima era, na verdade, o agressor.

“Foi um surto”, desabafou Suellen. “Eu tinha bebido naquele dia, sim. Mas ele me agrediu, socou o painel do carro. Quando cheguei na casa da minha mãe, explodi. Não era só aquele dia, eram três anos sendo destruída aos poucos.”

O caso ganhou repercussão após os vídeos das chamas se espalharem pela internet. Suellen foi presa em flagrante, mas liberada logo depois com tornozeleira eletrônica. A discussão pública, no entanto, estava apenas começando.

Segundo ela, houve diversas tentativas de buscar ajuda: pelo menos três boletins de ocorrência foram registrados. Ela chegou a solicitar medida protetiva, mas viu o agressor sair pela porta da frente, “com fiança paga e ar de superioridade”.

Ele não aceitava o fim da relação. Dizia que a mataria. Suellen chegou a receber mensagens em que ele mandava ela tomar remédio para aborto.

Suellen afirma que não foge das consequências. Reconhece a gravidade do que fez, mas clama para que a Justiça não feche os olhos para o que a antecedeu: “Eu vou pagar pelo que fiz, mas ele também precisa responder por tudo que fez comigo. Eu só quero justiça para os dois lados.”

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