Um caso de exploração sexual infantil chocou as autoridades, revelando um esquema cruel em que duas irmãs, de 13 e 16 anos, eram forçadas pelo próprio pai e pela madrasta a produzirem material pornográfico. As investigações da Polícia Civil apontam que as adolescentes eram submetidas à exigência de produzir, no mínimo, 20 vídeos e fotos explícitos por dia. O caso aconteceu em Curitiba.
A Dinâmica da Exploração
As vítimas, que são irmãs por parte de mãe, eram coagidas a gravar cenas de sexo explícito entre si e com terceiros em um quarto pequeno, utilizando celular e câmera profissional. O pai biológico da adolescente de 16 anos e sua atual companheira não apenas idealizaram o esquema, mas também supervisionavam as gravações. Atualmente, duas mulheres – a madrasta e uma ex-namorada do suspeito – estão presas. O pai, considerado o mentor, encontra-se foragido.
A violência era mantida por um regime de ameaças e coerção psicológica. Se o conteúdo produzido fosse considerado “fraco” – ou seja, não suficientemente explícito –, as meninas eram ameaçadas com a divulgação dos materiais. Uma das provas obtidas pela polícia é a mensagem de cobrança enviada às vítimas: “Seriam ditos aqui, 10 fotos e 10 vídeos diários. Você esqueceu, mandou 2 vídeos, e já sinalizaram aqui que estão fracos”.
A Descoberta do Crime e a Fuga
O crime veio à tona quando a mãe das meninas, separada do suspeito, recebeu fotos e vídeos das filhas sem roupa e envolvendo outras jovens. Ao conversar com as adolescentes, ela soube dos encontros forçados e da exploração. Foi a filha mais velha quem contou como o pai a levou a um parque e depois para sua casa, onde as obrigou a iniciar a produção dos vídeos, sob a supervisão dele e da madrasta.
Com todas as provas em mãos, a mãe levou as filhas à delegacia. A investigação confirmou que as meninas agiam sob extrema coação, temor e violência, sem qualquer vontade própria. A gravidade do caso foi ampliada com a confirmação de que um dos vídeos já havia sido divulgado nas redes sociais.
A polícia segue em busca do pai das vítimas, principal acusado de orquestrar a rede de exploração que vitimizou suas próprias filhas.