Uma era chega ao fim: William Bonner anunciou que em novembro deixará a bancada do Jornal Nacional. Foram 28 anos como âncora, cerca de 10 mil edições no ar e a consolidação de uma carreira que se mistura com a história do telejornal. A revelação oficial acontece nesta segunda-feira (1), justamente no aniversário de 56 anos do programa.
O sucessor já está definido. César Tralli, atual comandante do Jornal Hoje, assume o posto ao lado de Renata Vasconcellos. O lugar de Tralli será ocupado por Roberto Kovalick.
Bonner, aos 61 anos, não se despede da TV Globo. Ele migra para o Globo Repórter, exibido às sextas-feiras, onde volta a atuar como apresentador e repórter, ao lado de Sandra Annenberg. “É um movimento tectônico na história do telejornal”, disse Bonner durante um encontro com jornalistas no Rio de Janeiro. Segundo ele, a decisão já estava tomada há cinco anos e foi organizada em acordo com a emissora.
A estreia de Bonner no JN aconteceu em 1996, junto de Lillian Witte Fibe, substituindo ícones como Cid Moreira e Sérgio Chapelin. Foi um marco: o jornalismo passou a priorizar jornalistas à frente da bancada, e não apenas locutores. Desde então, Bonner se tornou o âncora mais longevo da história do programa.
Em quase três décadas, relatou acontecimentos que marcaram gerações – dos ataques de 11 de setembro às perdas de colegas como Tim Lopes. No cargo de editor-chefe, que ocupava desde 1999, participou de todas as grandes reformulações do telejornal. Agora, quem assume a função é Cristiana Souza Cruz, profissional com passagens pela GloboNews, pelo escritório em Nova York e que nos últimos seis anos atuava como editora-adjunta do JN.
Livre da chefia, Bonner afirma que deseja apenas estar diante das câmeras, sem peso extra. “Não quero mandar em nada nem em ninguém. É muito desgastante”, declarou. “Só queria parar enquanto tiver saúde para aproveitar.”