Uma servidora comissionada da Câmara Municipal de Curitiba foi exonerada após participar da elaboração de um panfleto distribuído durante uma audiência pública realizada no dia 5 de agosto. A decisão da vereadora Giorgia Prates (PT) foi publicada nesta segunda-feira (18), com efeito retroativo a 6 de agosto.
O material foi apresentado pela vereadora Professora Ângela (PSOL) durante a audiência que discutiu o tema “Sistema de Segurança Pública, Saúde e Políticas de Drogas para a Cidade de Curitiba”. O panfleto trazia orientações sobre o uso de substâncias como maconha, LSD, ecstasy, cocaína e cogumelos, indicando formas consideradas “mais seguras” para o consumo.
A exoneração teria sido motivada pelo fato de a servidora constar como responsável pelo texto impresso do material. Lotada no Gabinete Parlamentar da 4ª Secretaria da Casa, a assessora também prestava serviços no gabinete da vereadora Ângela.
O conteúdo gerou críticas de diversos parlamentares, que classificaram a distribuição como apologia às drogas. Entre as instruções presentes no material, destacavam-se orientações para o uso de canudos próprios ou de papel ao consumir cocaína, além de recomendações sobre doses iniciais para o uso de cogumelos, com alerta para problemas emocionais.
O vereador Da Costa do Perdeu Piá, que protocolou pedido de cassação contra Ângela e acionou o Ministério Público do Paraná, classificou a distribuição do panfleto como “um verdadeiro absurdo” e reforçou que a iniciativa configura incentivo ao uso de drogas.
Por outro lado, a vereadora Ângela defendeu a ação na tribuna, afirmando que o material se trata de uma política de redução de danos, voltada à saúde pública. “Não é, em hipótese alguma, um incentivo ao uso de drogas, mas uma política adotada em diversos países para proteger quem já faz uso”, declarou a parlamentar.
A repercussão da audiência pública desencadeou uma investigação interna que pode levar à cassação do mandato da vereadora, mantendo o caso em destaque na política local.