A Câmara Municipal de Curitiba está analisando um projeto de lei que busca instituir o “Dia de Conscientização sobre o Uso Seguro das Canaletas de Ônibus”, a ser lembrado anualmente em 26 de abril. A proposta é da vereadora Delegada Tathiana Guzella (União) e carrega uma motivação dolorosa: a morte de Lucas Vicente Machado, de apenas 14 anos, atropelado enquanto pegava rabeira em um ônibus na canaleta da Linha Verde.
A prática da rabeira — quando um ciclista se agarra ao para-choque de veículos como ônibus ou caminhões para ser puxado — é ilegal e extremamente perigosa, conforme o Código de Trânsito Brasileiro. No caso de Lucas, a imprudência cobrou seu preço mais alto e levantou um debate urgente sobre mobilidade urbana e segurança no transporte público.
“[A morte do Lucas] gerou profunda comoção pública e acendeu um alerta urgente sobre a insegurança a que estão expostos ciclistas e pedestres que, por necessidade, imprudência ou falta de infraestrutura segura, acabam utilizando as canaletas de ônibus como rota de deslocamento”, relembrou a Delegada Tathiana.
Além da homenagem, o objetivo da proposta é transformar a tragédia em um movimento de prevenção. “Mais do que um caso isolado, a tragédia evidencia um cenário de risco real e cotidiano enfrentado por muitos jovens, que utilizam a bicicleta como principal meio de transporte e, frequentemente, se expõem à prática da rabeira”, alerta.
A vereadora defende que a data seja incorporada ao calendário oficial com ações voltadas à educação para o trânsito, principalmente nas escolas, comunidades e entre coletivos de mobilidade urbana. O projeto prevê atividades de conscientização que reforcem o respeito mútuo, a segurança dos ciclistas e pedestres e o fortalecimento de uma cultura de paz no trânsito.
Na justificativa, Delegada Tathiana afirma que o projeto “propõe transformar a dor em conscientização”, com o dia voltado à “educação, prevenção e reflexão sobre segurança no trânsito, com foco nas linhas do transporte público”.
A intenção é que a nova data complemente campanhas já existentes, como o Maio Amarelo e a Semana Nacional de Trânsito, ampliando o alcance das ações educativas e sensibilizando mais pessoas sobre os riscos da imprudência e da negligência na mobilidade urbana.
