Poze do Rodo: entre o sucesso no funk e as acusações criminosas

Foto: Reprodução/ TV Globo
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Poze do Rodo é um dos principais nomes do “trap de cria”, gênero que mescla o trap norte-americano ao funk carioca. Ele ganhou projeção nacional em 2019 com o hit “Tô Voando Alto” e desde então emplacou sucessos como “Vida Louca”, “Me Sinto Abençoado” e “A Cara do Crime”. Em 2022, lançou seu álbum “O Sábio”, onde narra sua trajetória de superação, com participações de MC Cabelinho, Orochi e Oruam.

Criado na Favela do Rodo, Poze teve envolvimento com o tráfico na adolescência, ligado à facção Comando Vermelho (CV). Em entrevistas, reconhece seu passado no crime, mas afirma ter abandonado essa vida para se dedicar à música. Apesar disso, as letras de seus funks — muitas dentro do estilo conhecido como proibidão — frequentemente abordam temas como violência policial, criminalidade e desigualdade social, gerando intensos debates sobre liberdade artística, influência cultural e apologia ao crime.

As autoridades, por outro lado, acusam Poze de usar suas canções como instrumento de propaganda do CV, apontando que ele promove o uso de armas, drogas e a guerra entre facções. A polícia argumenta que suas músicas ultrapassam os limites da arte, servindo para cooptar jovens para o crime organizado.

Poze, por sua vez, defende que sua arte reflete sua vivência e que ele tenta orientar o público mais jovem sobre os perigos do crime. A criminalização do funk, tema antigo e recorrente no Brasil, reaparece em torno de sua figura, reacendendo debates sobre censura, desigualdade, responsabilidade social e os reais fatores da violência urbana.

Em sua recente prisão, Poze foi direcionado a uma ala de presos ligados ao Comando Vermelho por questão de segurança — uma prática comum no sistema penitenciário fluminense, mas que não configura, segundo sua defesa, prova de vínculo com a facção.

A ligação de MC Poze do Rodo com o crime organizado remonta à sua adolescência na Favela do Rodo, onde se envolveu com o tráfico de drogas local, comandado pela facção criminosa Comando Vermelho (CV). Em entrevistas, Poze admite ter participado de atividades criminosas, incluindo troca de tiros, prisão e ferimentos por arma de fogo. No entanto, ele afirma ter deixado essa vida para se dedicar à música e à família. Apesar disso, sua arte continua sendo alvo de críticas por parte das autoridades, que o acusam de usar suas letras para exaltar o crime e promover a ideologia do CV.

Poze nega envolvimento atual com o tráfico e afirma que suas músicas apenas retratam a realidade vivida nas favelas, não sendo uma apologia ao crime, mas um reflexo de sua origem.

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